Relato do III Encontro de Arqueologia
do Mato Grosso do Sul
Por Kênia Martinez
No dia 16 de maio, no auditório do CCHS/UFMS, o prof. Dr. Gilson Rodolfo Martins (MuArq/Propp/UFMS) realizou a abertura oficial ao evento, cuja semana do dia 16 a 22 de maio, é lembrada em todo o Brasil, assim como a 9ª Semana Nacional de Museus (tema: Museu e Memória). Este evento, segundo o prof. Dr. Gilson, foi idealizado de acordo com alguns assuntos que surgiram na reunião cientifica realizada pela SAB no ano de 2010, que como “uma mola propulsora para Arqueologia no Mato Grosso do Sul”, verificou-se uma gama de atividades consideradas de extensão realizadas no Estado de Mato grosso do Sul pela UFMS, tais como: atividades relacionadas com as pinturas rupestres; geoarqueologia; identificação de sítios; escavação de sítios, estudo dos artefatos encontrados; estudo dos povos que habitaram o local; estudos em geral nos sítios. Portanto, era necessário que se fizesse logo estas mesas redondas e mini-cursos relacionados com o assunto e também para haver o diálogo entre acadêmicos e pesquisadores.
Para compor a mesa o prof. Dr. Gilson, convidou; o prof. Dr. José Luiz de Morais ( ex -diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP com a palestra: “Arqueologia e o fator Geo”: prof. Ms. Mirian Liza F. Pacheco representante do Instituto de Geociência da USP, com a palestra : “ Geologia e Paleontologia do Pantanal Sul-Mato-Grossense”.
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Prof. Ms. Mirian Liza F. Pacheco, Prof. Dr. Gilson Rodolfo Martins e o Prof. Dr. José Luiz de Morais |
O prof. Dr. José Luiz de Morais ( ex -diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP) com a palestra: “Arqueologia e o fator Geo”, expôs: A arqueologia é o estudo do homem no passado, por meio dos objetos que ele próprio produziu. Este estudo começou pioneiramente aqui no Brasil, sendo os historiadores os estudiosos desse campo, havendo duas correntes, sendo uma francesa e a outra americana que influenciou fortemente a arqueologia que hoje podemos considerar brasileira.
A Arqueologia vincula-se com memória e comparece em diversos setores da sociedade, desta forma “a arqueologia tem que apresentar interdisciplinaridade” entre os diversos setores da sociedade, deve estar em contato com História, Geografia e Antropologia.Além de tratar deste assunto o prof. Dr. José Luiz de Morais falou também de Arqueologia Patrimonial e Arqueologia Preventiva.
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Livro explicativo sobre Eduação Patrimonial entregue pelo Professor Dr. José Luiz de Morais ao Acadêmico do curso de História, Hugo Cezar |
A prof. Ms. Mirian Liza F. Pacheco representante do Instituto de Geociência da USP, com a palestra : "Geologia e Paleontologia do Pantanal Sul-mato-grossense” expôs que houve uma descoberta em 1982 por Hahn, a Corumbellata, um ser fóssil, que ficou conhecido como Corumbela, houve um estudo em sua taxonomia e observou-se um novo formato de Corumbela através dos fósseis encontrados, percebeu-se a Corumbela com carapaça. Os estudos mostraram que a Corumbela tinha uma camada quitinosa. Outros estudiosos que estudavam este ser, que no primeiro momento não percebiam as semelhanças e achavam que os Conodários e os Conulários e as Corumbelas eram seres diferentes, conseguiram chegar num nível de percepção de modelo, todos estes, eram o mesmo ser, então Conodários = Conulários = Corumbelas, isto por que, estes seres estavam em diversas posições fossificados, que não era possível dizer que todos, eram os mesmos, e que só por meio destas pesquisas minuciosas seria possível observar e diagnosticar este fato. Qual a importância de estudarmos e tentarmos entender a existência desses seres? Porque para entendermos o continente Rondinha que existiu antes da Pangéia é importantíssimo aprofundarmos o conhecimento na Corumbela e Cloudina, para termos um fato desvendado da existência deste ser e do seu contato com o ambiente.
Explicou-se também sobre arqueofauna e mega fauna, bem como sobre a importância da Educação Patrimonial: O que poderia nos levar a entender melhor sobre o continente Rodinha e a relação com a mega fauna? Como poderíamos de forma didática formular um método de estudo?
Seria por meio de guias temáticos específicos e de formação de algumas lideranças que dedicassem a uma nova formação, a dos “agentes multiplicadores”, que juntos com a “arqueologia preventiva” voltada aos trabalhadores das obras, a sociedade local, um vinculo com o IPHAN , a troca de informações, projetos em escolas voltado á crianças, adolescentes e jovens, permitissem a educação patrimonial, em relação a um bem de todos.
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Laboratório do Muarq |
No dia 17 de maio as 14:00hs ocorreu o Minicurso com o tema “ Introdução a geoarqueologia do Mato Grosso do Sul, no qual a Prof. Dra. Emilia Mariko Kashimoto (MuArq/PROPP/UFMS), procurou mostrar logo no começo de sua exposição, o conceito de alguns nomes que estariam presentes durante o minicurso: Arqueologia, Sítio Arquelógico, Educação Patrimonial, Geoarqueologia, entre outros. O mini-curso tratou de explicar fatores essenciais para o estudo arqueológico e geoarqueológico:
• Localização/Geoarqueologia: Entendemos que a geoarqueologia seria um fator importante para localizarmos os sítios arqueológicos, situar os mesmos no mapa.
• Escavação/Vestígios: A escavação seria o estudo do pacote de sedimentos, que pode ou não ter vestígios históricos, artefatos, entre outros.
• Monitoramento/ Participação: O monitoramento seria a participação cientifica dos geoarqueólogos, arqueólogos, pessoas ligadas ao instituto do patrimônio histórico e arquitetônico nos estudos realizados em cada local.
A Prof. Dra. Emilia Mariko Kashimoto, também deu uma aula sobre os tipos de rochas no laboratório do Museu de Arqueologia e também, falou sobre a Arqueologia experimental e seus métodos.
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Prof. Dra. Emilia Mariko Kashimoto |
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Prof. Dra. Marisa Coutinho Afonso |
No dia 18 de maio, a Prof. Dra. Marisa Coutinho Afonso ( vice-diretora do Museu de Arqueologia e etnologia da USP) decorreu sobre “Geoarqueologia: métodos, técnicas e aplicações” : “Os geoarqueologos fazem arqueologia” Rapp & Camp; Hill. Segundo estes dois autores a forma de estudo da geoarqueologia permite dizer que os geoarqueólogos, com seus estudos fazem de certa forma arqueologia. A professora explicou também sobre os itens abaixo:
• Geoarqueologia;
• Bioarqueologia: arqueobotânica; zooarqueologia
• Arqueometria ;
• Ciências arqueológicas.
• Estudos geofísicos:
• Estudos dos palioambientes; (vários ambientes)
• Característica do artefato
• A datação do objeto;
No dia 19 de maio o mini-curso com o tema “Introdução á geoarqueologia de Mato Grosso do Sul” foi coordenado pela Prof. Dra. Emilia Mariko Kashimoto (MuArq/PROPP/UFMS). Ela explicou o que seria abrigo sob rocha; como achamos estes abrigos e como é sua identificação. Apresentação de alguns sítios como os de: Bataiporã, Alcinópolis, Chapadão do Sul, Anaurilândia, Aquidauana, sítio Alto Sucuriú (localizado a margem do rio Sucuriú), Sítio Maracaju, sítio de Brasilândia, Sitio Lagoa do Custódeo, Sítio a margem do Rio Paraná, entre outros. Explicou também o que seria uma caverna, as mudanças no paleoambientes, o estudo da cultura material e seus vestígios.
No dia 20 de Maio o Prof. Dr. Astolfo Gomes de Melo Araújo ( Museu de Arqueologia e Etnologia da USP) apresentou a palestra com o tema: Paleoambientes e Paleoindios: algumas reflexões.
Os paleoindios seriam índios muito antigos, que originaram provavelmente na América do Norte e que eram caçadores de mega fauna, espécies já extintas de mamíferos. Os crânios de paleoindios encontrados e estudados mostram diferenças morfológicas dos índios atuais, um exemplo nos dá uma percepção destas diferenças: os crânios de paleoindios eram longos e estreitos, já dos índios atuais são curtos e largos, ou seja, não temos mais a característica dessa feição (rosto), os povos que chegariam próximos a esse tipo de rosto seria os índios australianos, mas mesmo assim, não é basicamente igual. Um exemplo seria Luzia, esqueleto encontrado no Sítio Lagoa Santa datado de 11 ka RC YBP ( 11 kilo/anos radiação carbônica).
O professor decorreu também dos assunto: Analogia Thula/ Clóvis; Abrigo de Santa Elina; palioambientes; Variações Globais e Ultimo Máximo Glacial.
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O III Encontro de Arqueologia de Mato Grosso do Sul foi um dos Eventos participantes da 9º Semana de Museus. |
Estes apontamentos estão superficiais relacionado ao que realmente foi o evento. O texto na integra sobre o evento foram apontados pela acadêmica do Curso de História Kenia Martinez, que esta terminando de transcrever e pode ser solicitado pelo email: keniaufms@hotmail.com, mais informações sobre este evento você encontra no site do Museu de arqueologia: WWW.muarq.ufms.br
Editado por Kenia Caroline