Cercado de preconceitos o termo ANARQUIA deve ser compreendido de maneira definitiva por todos os integrantes do projeto. Nossa essência anarquista exige que todos tenham compromisso com as demandas que o "Expedições Anarco Pedagógico Atemporais" impõe sobre nossa prática acadêmica, estudantil e educacional. Além disso, quando se pratica a anarquia, cada um deve assumir sua parte no processo de modo a contribuir para que tudo seja encaminhado de maneira competente e altamente organizada. Nenhum anarco monitor, anarco estudante ou anarco educador deve ter dúvidas a respeito do sentido deste termo que ao ameaçar o status quo vigente, calçado no autoritarismo e nos formalismos, sofreu ao longo dos tempos uma grave distorção em seu verdadeiro sentido. Publico abaixo um brevíssimo resumo da história e de alguns fundamentos anarquistas que devem orientar nossas práticas e posturas quando agimos no 'Anarco". Para ser um 'anarco', é preciso ser muito organizado e responsável.
Luiz Eugenio
Quando falamos em “anarquia”, muitos acreditam que a expressão tem a ver com qualquer evento ou lugar carente de organização. Contudo, essa apropriação contemporânea está bem distante das teorias que integram o chamado pensamento anarquista, estabelecido logo depois que as contradições e injustiças do sistema capitalista já se mostravam visíveis no século XVIII.
Um dos precursores do anarquismo foi William Godwin (1756 - 1836) que, já naquela época, propunha um novo tipo de arranjo social onde as pessoas não estivessem subordinadas à força dos governos e leis. Em sua perspectiva, acreditava ser possível que em um contexto dominado por princípios racionais e equilibrado entre as necessidades e vontades, seria possível conduzir a vida em sociedade. Além disso, também defendia o fim da propriedade privada.
Ao adentrarmos o século XIX, notamos que outros pensadores passam a aprofundar as discussões denatureza anárquica. Entre essa nova leva de teóricos podemos citar as contribuições dadas por Mikhail Bakunin, Joseph Proudhon, Enrico Malatesta, Leon Tolstoi, Max Stirner e Peter Kropotkin. Em geral, todos eles tentaram trilhar os caminhos que pudessem conceber uma sociedade plenamente libertária.
Conforme já salientado, os anarquistas concordavam que toda instituição dotada de poderes impedia o alcance da liberdade. Dessa forma, o Estado, a Igreja e muitos costumes são criticados na condição de verdadeiros entraves para o alcance de um mundo regido por pessoas livres. Paralelamente, as diferenças que identificam as classes sociais também seriam combatidas por meio da extinção das propriedades privadas.
Em uma sociedade desprovida de Estado, a produção e o gerenciamento das riquezas seriam estipulados por meio de ações cooperativistas. Nesse contexto, todos alcançariam condições de possuírem uma vida minimamente confortável e ninguém teria sua força de trabalho explorada em benefício de um terceiro, uma vez que todos devem contribuir igualitáriamente para o resultado final. Logo, a violência e a miséria dariam lugar para um novo mundo regido pela felicidade da ampla maioria.
Assim como os socialistas, os anarquistas acreditavam na expressa necessidade de se realizar um movimento revolucionário que combatesse as autoridades vigentes. Apesar de tal concordância, os anarquistas não acreditavam que uma ditadura do proletariado fosse realmente necessária para que a sociedade comunista fosse alcançada. Em sua visão, a substituição de um governo por outro somente fortaleceria novas formas de repressão e desigualdade.
Por Rainier Costa
Brasil Escola
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